Trabalhando com a diversidade textual Trabalhando com a diversidade textual Como trabalhar com textos na alfabetização? Se a criança não sabe ainda ler palavras simples, poderá ler uma história? É possível alfabetizar sem ensinar as letras uma a uma? A alfabetização a partir de textos tem sido realizada com êxito há algumas décadas. Para aprender a ler, é necessário conhecer as letras e os sons que elas representam, e assim, compreender o que está escrito. Os textos poderão ser favoráveis para enfocar estas duas facetas da aprendizagem: a alfabetização e o letramento. A raiz da palavra texto é a mesma da palavra tecer, portanto o texto é um “tecido” feito com muitas palavras, assim como um pano é um tecido de fios. Sabemos que fios soltos não formam um tecido, assim como palavras soltas, desconexas, sem um sentido que as aproxime, não formam um texto. Um texto pode ser curto ou longo: uma frase ou uma oração que expressa um significado completo pode ser texto. Assim, o texto é mais do que a soma de palavras e frases. O trabalho com textos é possível desde a Educação Infantil, para isso é necessário que o professor leia o texto e converse com a turma sobre ele. Qual o significado do que foi lido? O que compreenderam? Esse diálogo deve permitir que os alunos se manifestem livremente. Deve-se fazer em seguida a leitura didática, apontando as palavras com o dedo ou uma régua, mostrando os espaços em branco entre as palavras, dando uma noção importante de que os espaços marcam os limites gráficos das palavras, onde começam e onde acabam. Quando se apresenta um texto aos alunos, é importante ressaltar quem é o autor, as intenções com que foi produzido tal texto, o assunto de que trata, o título e o gênero a que pertence. A diversidade de gêneros textuais é importante no contexto da escola, pois demonstra aos alunos a função social da escrita. É preciso que os alunos se aproximem da realidade que os cercam e se apropriem dos textos que circulam na sociedade em que vivem, para conhecer e entender sua função social. As quadrinhas, poesias, contos, parlendas, anúncios, dentre outros, precisam acompanhar a prática docente diariamente. O mundo que cerca nossos alunos é composto basicamente deles, portanto são eles que devem ocupar nossas salas de aula. Quando não utilizamos outros gêneros textuais em sala de aula e nos prendemos apenas ao texto narrativo, perde o aluno porque foi limitado ou impedido de acessar outros tipos de texto, o que pode acontecer somente mais tarde, ou nem acontecer, e perde o professor porque deixou uma ótima oportunidade de aprender juntamente com os alunos. O que podemos fazer quando trabalhamos com o texto: - circular ou marcar palavras no texto; - pintar intervalos entre as palavras; - completar o texto com palavras que faltam; - ordenar frases do texto; - comparar textos do mesmo assunto; - dar ao texto sua função social (escrita de bilhetes para os colegas, cartazes para serem expostos na escola e etc.); - criar um caderno de textos que possa ser levado para casa e compartilhado com a família. Atividades de leitura, mesmo sem saber ler convencionalmente Se ler é atribuir significado, qualquer criança, antes mesmo de estar alfabetizada é capaz de ler. Portanto, é essencial o trabalho de leitura sobre textos contextualizados em situações em que a leitura seja funcional, pois só se pode aprender a ler, lendo. Todos os alunos precisam participar de atos de leitura para que descubram que a escrita e a fala se relacionam. É importante que todos tenham a oportunidade de manusear livros de diversos gêneros textuais. É interessante que se tenha uma caixa em sala de aula, contendo alguns livros, que podem ter sido lidos anteriormente pelo professor no momento da “leitura compartilhada” na “roda de conversa”. Esse momento consiste na leitura de um texto pelo professor para a turma. Ler pelo simples prazer de ler, não uma leitura que preceda algum tipo de atividade, mas sim uma leitura prazerosa, por meio da qual o aluno veja o professor como um modelo de leitor, que utiliza entonações e dá vida ao texto lido. O aluno pode utilizar diferentes estratégias de leitura para conseguir chegar ao resultado esperado. Algumas atividades de leitura podem tornar-se atividades de escrita e vice-versa, para isso é necessária a compreensão de que somente as atividades em que o aluno precise realmente escrever, de forma que utilize todos os conhecimentos que possui em relação a qual letra utilizar e a quantidade de letras que podem ser consideradas Escrita. Porém o professor, naquele momento, é o escriba do texto. Caso o aluno precise encontrar a palavra (resposta) no texto, a atividade torna-se de leitura. Todas as atividades em que exista um banco de palavras, que o aluno precise consultar para encontrar a resposta correta também são consideradas atividades de leitura. Como sugestões de outras atividades de leitura podemos: realizar o empréstimo de alguns livros em sala de aula, deixando que os alunos o levem para casa e no dia seguinte contem a história na “roda de conversa” para os demais colegas. Mesmo que ainda não saiba ler convencionalmente o aluno pode utilizar outras estratégias para contar a história: escolher uma história na “roda de leitura”, e depois visitar a outras salas para que eles contem a história que foi ouvida na “roda de conversa”. O professor pode ainda fazer uma “roda de leitura”, para que a leitura da história feita pelos alunos seja gravada por meio de um gravador, a partir dessa leitura, seja gravado um CD com diversas histórias contadas pela turma. Desenvolvimento da oralidade Sempre que um texto é trabalhado, precisamos, antes de mais nada, discutir com os alunos a respeito do mesmo. Antes de iniciar a leitura por completo, leia somente o título, e a partir daí deixe que os alunos tentem identificar o conteúdo do texto. É importante que trabalhemos com a oralidade, de forma que o aluno consiga se expressar e ao mesmo tempo respeitar a vez e a opinião dos colegas. A boa oralidade, ou seja, expressar-se com clareza e conseguir se fazer entender, é um dos caminhos que nos levam a uma boa produção textual. Um dos momentos em que a oralidade é trabalhada de uma forma mais intensa e sistemática é na “roda de conversa”, que deve acontecer todos os dias e deve tratar de muitos assuntos. A “roda de conversa” é o momento ideal para que os alunos possam expor suas opiniões e ouvir a opinião dos outros. É interessante que se traga para a “roda de conversa”, além de assuntos do interesse dos alunos, a sistematização das atividades que serão trabalhadas em sala de aula naquele dia. Pode-se fazer uma agenda de forma coletiva com tudo que acontecerá na aula do dia. Mesmo que o aluno não saiba ler convencionalmente, ele pode sim interpretar um texto que foi lido pelo professor e emitir uma opinião sobre ele. Para desenvolver a oralidade, podemos pedir que o aluno reconte o texto de seu jeito, ou que faça um resumo oral de uma notícia ou história, brinque com palavras, e a partir de determinadas palavras ditas pelo professor inventar uma história. Pode-se fazer uma roda e cada aluno inventa uma parte da história; fazer a hora da novidade na “roda de conversa”, quando um dos alunos levará algo (objeto, ou alguma notícia) para sala de aula e falará sobre ele; promover o trabalho em duplas, para que os alunos possam interagir entre si e desenvolver a capacidade de ouvir o colega e de argumentar sobre suas ideias a respeito da atividade proposta; fazer pausas no texto indagando os alunos sobre o que acontecerá. O trabalho com nome próprio A escrita do nome é uma peça chave para o início da compreensão e uma oportunidade privilegiada de reflexão sobre o funcionamento da língua escrita. Tanto do ponto de vista linguístico, quanto do gráfico, o nome próprio da criança é um modelo estável, tem valor de verdade e dá muitas informações sobre a forma e o valor sonoro convencional das letras. Como o nome é de memorização rápida, permite à criança estabelecer relações entre letras e fonemas e dá a ela a primeira forma gráfica com estabilidade no processo de aquisição da língua escrita. Quando escreve o próprio nome, a criança se identifica com ele, o reconhece graficamente e usa-o como fonte de informação para escrever outros nomes ou palavras. O nome tem um grande sentido para ela, tem um significado especial. Além de marcá-la como pessoa, o nome tem a função social de identificar seus pertences, marcando sua presença e dando a ela a satisfação de pertencer a um grupo. As atividades com nomes próprios precisam ir além da montagem de lista e do reconhecimento do próprio nome e de familiares, é preciso que haja desafios nas atividades para que ocorram situações de conflito quanto à aprendizagem. Existem outras atividades que podem ser feitas utilizando os nomes próprios. São elas: caça-palavras com o nome dos alunos, cruzadinhas de nomes, bingo de nomes, montagem de listas com o alfabeto móvel, organização da lista em ordem alfabética, organização através da última letra, organização dos nomes de meninos e meninas, contagem de letras de cada nome, comparação entre quantidades de letras, análise dos que possuem letras repetidas (discutir que letras são essas), observação dos nomes que começam com a mesma letra, organização de listas pela quantidade de letras, começando com o que possui mais letras ou vice-versa. Lembrando que é importante nessas atividades utilizar os nomes dos próprios alunos da classe. É importante também confeccionar fichas e utilizá-las diariamente permitindo aos alunos identificar seu nome e dos seus colegas. O trabalho com listas Listar significa relacionar nomes de pessoas ou coisas para a organização de uma ação. Por exemplo: lista de convidados para uma festa, lista dos produtos para comprar, lista dos compromissos do dia, lista das atividades que serão realizadas na sala de aula etc. Por ter uma estrutura simples, a lista é um texto privilegiado para o trabalho com alunos que não sabem ler e escrever convencionalmente, mas é necessário que o professor proponha a escrita de uma lista que tenha alguma função social na comunidade ou na sala de aula. A escrita de listas de palavras que começam com a mesma letra ou outras similares são inadequadas, pois descaracterizam a função social desse texto. Podemos confeccionar diversos tipos de listas e deixá-las expostas em sala de aula, assim os alunos poderão fazer inferência das palavras listadas com novas palavras que pretendem escrever. Com a criação de listas podemos trabalhar: o ditado numerado, o professor dita uma das palavras da lista e pede que o aluno coloque um número qualquer ao lado da palavra ditada (as palavras devem ser ditadas de forma aleatória), colocar as palavras da lista em ordem alfabética, ou organizá-las de acordo com a quantidade de letras das palavras, criar uma lista e nela colocar alguma palavra que não pertença àquele campo semântico para que os alunos percebam o que está “errado” na lista. Misturar palavras pertencentes a dois campos semânticos diferentes e deixar que eles a separem, por exemplo, cores e animais. Produção de Texto Sabemos que os alunos passam por um longo processo de construção da língua escrita e que aprendem a escrever de forma convencional só depois de se esgotarem todas as suas hipóteses iniciais. Portanto, o trabalho com a produção de texto deve ser uma prática constante do professor em sala de aula. É importante que os alunos compreendam quais caminhos precisam percorrer para produzir um bom texto. Mesmo nos anos iniciais, quando os alunos ainda não se apropriaram integralmente do código escrito, é importante que o professor produza textos em sala de aula. A produção de texto pode ser feita de forma coletiva, momento em que os alunos, juntamente com o professor, elencam as ideias que devem ser abordadas no texto e debatem sobre essa escrita. Nessa prática, o professor torna-se o escriba do texto, mas isso não significa que os alunos não estejam refletindo sobre o código naquele momento. O papel do professor é promover oportunidades de escrita desvinculadas da ansiedade e do medo de errar. O erro é simplesmente a utilização de uma hipótese de escrita ainda não convencional. Para desenvolvermos a produção textual podemos: listar dos textos produzidos pelos alunos o erro mais comum, tanto em relação à estrutura textual, como aqueles que se referem à ortografia e trabalhar com eles (troca de letras, omissões). ***

 Trabalhando com a diversidade textual

Trabalhando com a diversidade textual

Como trabalhar com textos na alfabetização? Se a criança não sabe ainda ler palavras simples, poderá ler uma história? É possível alfabetizar sem ensinar as letras uma a uma?
 
A alfabetização a partir de textos tem sido realizada com êxito há algumas décadas. Para aprender a ler, é necessário conhecer as letras e os sons que elas representam, e assim, compreender o que está escrito. Os textos poderão ser favoráveis para enfocar estas duas facetas da aprendizagem: a alfabetização e o letramento.

A raiz da palavra texto é a mesma da palavra tecer, portanto o texto é um “tecido” feito com muitas palavras, assim como um pano é um tecido de fios. Sabemos que fios soltos não formam um tecido, assim como palavras soltas, desconexas, sem um sentido que as aproxime, não formam um texto. Um texto pode ser curto ou longo: uma frase ou uma oração que expressa um significado completo pode ser texto. Assim, o texto é mais do que a soma de palavras e frases. 

O trabalho com textos é possível desde a Educação Infantil, para isso é necessário que o professor leia o texto e converse com a turma sobre ele. Qual o significado do que foi lido? O que compreenderam? Esse diálogo deve permitir que os alunos se manifestem livremente. Deve-se fazer em seguida a leitura didática, apontando as palavras com o dedo ou uma régua, mostrando os espaços em branco entre as palavras, dando uma noção importante de que os espaços marcam os limites gráficos das palavras, onde começam e onde acabam. Quando se apresenta um texto aos alunos, é importante ressaltar quem é o autor, as intenções com que foi produzido tal texto, o assunto de que trata, o título e o gênero a que pertence.

A diversidade de gêneros textuais é importante no contexto da escola, pois demonstra aos alunos a função social da escrita. É preciso que os alunos se aproximem da realidade que os cercam e se apropriem dos textos que circulam na sociedade em que vivem, para conhecer e entender sua função social.

As quadrinhas, poesias, contos, parlendas, anúncios, dentre outros, precisam acompanhar a prática docente diariamente. O mundo que cerca nossos alunos é composto basicamente deles, portanto são eles que devem ocupar nossas salas de aula. Quando não utilizamos outros gêneros textuais em sala de aula e nos prendemos apenas ao texto narrativo, perde o aluno porque foi limitado ou impedido de acessar outros tipos de texto, o que pode acontecer somente mais tarde, ou nem acontecer, e perde o professor porque deixou uma ótima oportunidade de aprender juntamente com os alunos. 

O que podemos fazer quando trabalhamos com o texto: 
- circular ou marcar palavras no texto; 
- pintar intervalos entre as palavras;
- completar o texto com palavras que faltam;
- ordenar frases do texto;
- comparar textos do mesmo assunto;
- dar ao texto sua função social (escrita de bilhetes para os colegas, cartazes para serem expostos na escola e etc.);
- criar um caderno de textos que possa ser levado para casa e compartilhado com a família.

Atividades de leitura, mesmo sem saber ler convencionalmente

Se ler é atribuir significado, qualquer criança, antes mesmo de estar alfabetizada é capaz de ler. Portanto, é essencial o trabalho de leitura sobre textos contextualizados em situações em que a leitura seja funcional, pois só se pode aprender a ler, lendo. 

Todos os alunos precisam participar de atos de leitura para que descubram que a escrita e a fala se relacionam. É importante que todos tenham a oportunidade de manusear livros de diversos gêneros textuais. É interessante que se tenha uma caixa em sala de aula, contendo alguns livros, que podem ter sido lidos anteriormente pelo professor no momento da “leitura compartilhada” na “roda de conversa”. Esse momento consiste na leitura de um texto pelo professor para a turma. Ler pelo simples prazer de ler, não uma leitura que preceda algum tipo de atividade, mas sim uma leitura prazerosa, por meio da qual o aluno veja o professor como um modelo de leitor, que utiliza entonações e dá vida ao texto lido.

O aluno pode utilizar diferentes estratégias de leitura para conseguir chegar ao resultado esperado. Algumas atividades de leitura podem tornar-se atividades de escrita e vice-versa, para isso é necessária a compreensão de que somente as atividades em que o aluno precise realmente escrever, de forma que utilize todos os conhecimentos que possui em relação a qual letra utilizar e a quantidade de letras que podem ser consideradas Escrita. Porém o professor, naquele momento, é o escriba do texto. Caso o aluno precise encontrar a palavra (resposta) no texto, a atividade torna-se de leitura. Todas as atividades em que exista um banco de palavras, que o aluno precise consultar para encontrar a resposta correta também são consideradas atividades de leitura. Como sugestões de outras atividades de leitura podemos: realizar o empréstimo de alguns livros em sala de aula, deixando que os alunos o levem para casa e no dia seguinte contem a história na “roda de conversa” para os demais colegas. Mesmo que ainda não saiba ler convencionalmente o aluno pode utilizar outras estratégias para contar a história: escolher uma história na “roda de leitura”, e depois visitar a outras salas para que eles contem a história que foi ouvida na “roda de conversa”. O professor pode ainda fazer uma “roda de leitura”, para que a leitura da história feita pelos alunos seja gravada por meio de um gravador, a partir dessa leitura, seja gravado um CD com diversas histórias contadas pela turma.

Desenvolvimento da oralidade 

Sempre que um texto é trabalhado, precisamos, antes de mais nada, discutir com os alunos a respeito do mesmo. Antes de iniciar a leitura por completo, leia somente o título, e a partir daí deixe que os alunos tentem identificar o conteúdo do texto. É importante que trabalhemos com a oralidade, de forma que o aluno consiga se expressar e ao mesmo tempo respeitar a vez e a opinião dos colegas. A boa oralidade, ou seja, expressar-se com clareza e conseguir se fazer entender, é um dos caminhos que nos levam a uma boa produção textual. 

Um dos momentos em que a oralidade é trabalhada de uma forma mais intensa e sistemática é na “roda de conversa”, que deve acontecer todos os dias e deve tratar de muitos assuntos. A “roda de conversa” é o momento ideal para que os alunos possam expor suas opiniões e ouvir a opinião dos outros. É interessante que se traga para a “roda de conversa”, além de assuntos do interesse dos alunos, a sistematização das atividades que serão trabalhadas em sala de aula naquele dia. Pode-se fazer uma agenda de forma coletiva com tudo que acontecerá na aula do dia. 

Mesmo que o aluno não saiba ler convencionalmente, ele pode sim interpretar um texto que foi lido pelo professor e emitir uma opinião sobre ele.

Para desenvolver a oralidade, podemos pedir que o aluno reconte o texto de seu jeito, ou que faça um resumo oral de uma notícia ou história, brinque com palavras, e a partir de determinadas palavras ditas pelo professor inventar uma história. Pode-se fazer uma roda e cada aluno inventa uma parte da história; fazer a hora da novidade na “roda de conversa”, quando um dos alunos levará algo (objeto, ou alguma notícia) para sala de aula e falará sobre ele; promover o trabalho em duplas, para que os alunos possam interagir entre si e desenvolver a capacidade de ouvir o colega e de argumentar sobre suas ideias a respeito da atividade proposta; fazer pausas no texto indagando os alunos sobre o que acontecerá.

O trabalho com nome próprio 

A escrita do nome é uma peça chave para o início da compreensão e uma oportunidade privilegiada de reflexão sobre o funcionamento da língua escrita. 

Tanto do ponto de vista linguístico, quanto do gráfico, o nome próprio da criança é um modelo estável, tem valor de verdade e dá muitas informações sobre a forma e o valor sonoro convencional das letras. Como o nome é de memorização rápida, permite à criança estabelecer relações entre letras e fonemas e dá a ela a primeira forma gráfica com estabilidade no processo de aquisição da língua escrita. 

Quando escreve o próprio nome, a criança se identifica com ele, o reconhece graficamente e usa-o como fonte de informação para escrever outros nomes ou palavras. O nome tem um grande sentido para ela, tem um significado especial. Além de marcá-la como pessoa, o nome tem a função social de identificar seus pertences, marcando sua presença e dando a ela a satisfação de pertencer a um grupo.

As atividades com nomes próprios precisam ir além da montagem de lista e do reconhecimento do próprio nome e de familiares, é preciso que haja desafios nas atividades para que ocorram situações de conflito quanto à aprendizagem.

Existem outras atividades que podem ser feitas utilizando os nomes próprios. São elas: caça-palavras com o nome dos alunos, cruzadinhas de nomes, bingo de nomes, montagem de listas com o alfabeto móvel, organização da lista em ordem alfabética, organização através da última letra, organização dos nomes de meninos e meninas, contagem de letras de cada nome, comparação entre quantidades de letras, análise dos que possuem letras repetidas (discutir que letras são essas), observação dos nomes que começam com a mesma letra, organização de listas pela quantidade de letras, começando com o que possui mais letras ou vice-versa. 

Lembrando que é importante nessas atividades utilizar os nomes dos próprios alunos da classe. É importante também confeccionar fichas e utilizá-las diariamente permitindo aos alunos identificar seu nome e dos seus colegas.

O trabalho com listas 

Listar significa relacionar nomes de pessoas ou coisas para a organização de uma ação. Por exemplo: lista de convidados para uma festa, lista dos produtos para comprar, lista dos compromissos do dia, lista das atividades que serão realizadas na sala de aula etc. Por ter uma estrutura simples, a lista é um texto privilegiado para o trabalho com alunos que não sabem ler e escrever convencionalmente, mas é necessário que o professor proponha a escrita de uma lista que tenha alguma função social na comunidade ou na sala de aula. A escrita de listas de palavras que começam com a mesma letra ou outras similares são inadequadas, pois descaracterizam a função social desse texto.

Podemos confeccionar diversos tipos de listas e deixá-las expostas em sala de aula, assim os alunos poderão fazer inferência das palavras listadas com novas palavras que pretendem escrever. Com a criação de listas podemos trabalhar: o ditado numerado, o professor dita uma das palavras da lista e pede que o aluno coloque um número qualquer ao lado da palavra ditada (as palavras devem ser ditadas de forma aleatória), colocar as palavras da lista em ordem alfabética, ou organizá-las de acordo com a quantidade de letras das palavras, criar uma lista e nela colocar alguma palavra que não pertença àquele campo semântico para que os alunos percebam o que está “errado” na lista. Misturar palavras pertencentes a dois campos semânticos diferentes e deixar que eles a separem, por exemplo, cores e animais.

Produção de Texto 

Sabemos que os alunos passam por um longo processo de construção da língua escrita e que aprendem a escrever de forma convencional só depois de se esgotarem todas as suas hipóteses iniciais. Portanto, o trabalho com a produção de texto deve ser uma prática constante do professor em sala de aula. É importante que os alunos compreendam quais caminhos precisam percorrer para produzir um bom texto. Mesmo nos anos iniciais, quando os alunos ainda não se apropriaram integralmente do código escrito, é importante que o professor produza textos em sala de aula. A produção de texto pode ser feita de forma coletiva, momento em que os alunos, juntamente com o professor, elencam as ideias que devem ser abordadas no texto e debatem sobre essa escrita. Nessa prática, o professor torna-se o escriba do texto, mas isso não significa que os alunos não estejam refletindo sobre o código naquele momento. O papel do professor é promover oportunidades de escrita desvinculadas da ansiedade e do medo de errar. O erro é simplesmente a utilização de uma hipótese de escrita ainda não convencional. 

Para desenvolvermos a produção textual podemos: listar dos textos produzidos pelos alunos o erro mais comum, tanto em relação à estrutura textual, como aqueles que se referem à ortografia e trabalhar com eles (troca de letras, omissões).

***

 Trabalhando com a diversidade textual

Trabalhando com a diversidade textual

Como trabalhar com textos na alfabetização? Se a criança não sabe ainda ler palavras simples, poderá ler uma história? É possível alfabetizar sem ensinar as letras uma a uma?
 
A alfabetização a partir de textos tem sido realizada com êxito há algumas décadas. Para aprender a ler, é necessário conhecer as letras e os sons que elas representam, e assim, compreender o que está escrito. Os textos poderão ser favoráveis para enfocar estas duas facetas da aprendizagem: a alfabetização e o letramento.

A raiz da palavra texto é a mesma da palavra tecer, portanto o texto é um “tecido” feito com muitas palavras, assim como um pano é um tecido de fios. Sabemos que fios soltos não formam um tecido, assim como palavras soltas, desconexas, sem um sentido que as aproxime, não formam um texto. Um texto pode ser curto ou longo: uma frase ou uma oração que expressa um significado completo pode ser texto. Assim, o texto é mais do que a soma de palavras e frases. 

O trabalho com textos é possível desde a Educação Infantil, para isso é necessário que o professor leia o texto e converse com a turma sobre ele. Qual o significado do que foi lido? O que compreenderam? Esse diálogo deve permitir que os alunos se manifestem livremente. Deve-se fazer em seguida a leitura didática, apontando as palavras com o dedo ou uma régua, mostrando os espaços em branco entre as palavras, dando uma noção importante de que os espaços marcam os limites gráficos das palavras, onde começam e onde acabam. Quando se apresenta um texto aos alunos, é importante ressaltar quem é o autor, as intenções com que foi produzido tal texto, o assunto de que trata, o título e o gênero a que pertence.

A diversidade de gêneros textuais é importante no contexto da escola, pois demonstra aos alunos a função social da escrita. É preciso que os alunos se aproximem da realidade que os cercam e se apropriem dos textos que circulam na sociedade em que vivem, para conhecer e entender sua função social.

As quadrinhas, poesias, contos, parlendas, anúncios, dentre outros, precisam acompanhar a prática docente diariamente. O mundo que cerca nossos alunos é composto basicamente deles, portanto são eles que devem ocupar nossas salas de aula. Quando não utilizamos outros gêneros textuais em sala de aula e nos prendemos apenas ao texto narrativo, perde o aluno porque foi limitado ou impedido de acessar outros tipos de texto, o que pode acontecer somente mais tarde, ou nem acontecer, e perde o professor porque deixou uma ótima oportunidade de aprender juntamente com os alunos. 

O que podemos fazer quando trabalhamos com o texto: 
- circular ou marcar palavras no texto; 
- pintar intervalos entre as palavras;
- completar o texto com palavras que faltam;
- ordenar frases do texto;
- comparar textos do mesmo assunto;
- dar ao texto sua função social (escrita de bilhetes para os colegas, cartazes para serem expostos na escola e etc.);
- criar um caderno de textos que possa ser levado para casa e compartilhado com a família.

Atividades de leitura, mesmo sem saber ler convencionalmente

Se ler é atribuir significado, qualquer criança, antes mesmo de estar alfabetizada é capaz de ler. Portanto, é essencial o trabalho de leitura sobre textos contextualizados em situações em que a leitura seja funcional, pois só se pode aprender a ler, lendo. 

Todos os alunos precisam participar de atos de leitura para que descubram que a escrita e a fala se relacionam. É importante que todos tenham a oportunidade de manusear livros de diversos gêneros textuais. É interessante que se tenha uma caixa em sala de aula, contendo alguns livros, que podem ter sido lidos anteriormente pelo professor no momento da “leitura compartilhada” na “roda de conversa”. Esse momento consiste na leitura de um texto pelo professor para a turma. Ler pelo simples prazer de ler, não uma leitura que preceda algum tipo de atividade, mas sim uma leitura prazerosa, por meio da qual o aluno veja o professor como um modelo de leitor, que utiliza entonações e dá vida ao texto lido.

O aluno pode utilizar diferentes estratégias de leitura para conseguir chegar ao resultado esperado. Algumas atividades de leitura podem tornar-se atividades de escrita e vice-versa, para isso é necessária a compreensão de que somente as atividades em que o aluno precise realmente escrever, de forma que utilize todos os conhecimentos que possui em relação a qual letra utilizar e a quantidade de letras que podem ser consideradas Escrita. Porém o professor, naquele momento, é o escriba do texto. Caso o aluno precise encontrar a palavra (resposta) no texto, a atividade torna-se de leitura. Todas as atividades em que exista um banco de palavras, que o aluno precise consultar para encontrar a resposta correta também são consideradas atividades de leitura. Como sugestões de outras atividades de leitura podemos: realizar o empréstimo de alguns livros em sala de aula, deixando que os alunos o levem para casa e no dia seguinte contem a história na “roda de conversa” para os demais colegas. Mesmo que ainda não saiba ler convencionalmente o aluno pode utilizar outras estratégias para contar a história: escolher uma história na “roda de leitura”, e depois visitar a outras salas para que eles contem a história que foi ouvida na “roda de conversa”. O professor pode ainda fazer uma “roda de leitura”, para que a leitura da história feita pelos alunos seja gravada por meio de um gravador, a partir dessa leitura, seja gravado um CD com diversas histórias contadas pela turma.

Desenvolvimento da oralidade 

Sempre que um texto é trabalhado, precisamos, antes de mais nada, discutir com os alunos a respeito do mesmo. Antes de iniciar a leitura por completo, leia somente o título, e a partir daí deixe que os alunos tentem identificar o conteúdo do texto. É importante que trabalhemos com a oralidade, de forma que o aluno consiga se expressar e ao mesmo tempo respeitar a vez e a opinião dos colegas. A boa oralidade, ou seja, expressar-se com clareza e conseguir se fazer entender, é um dos caminhos que nos levam a uma boa produção textual. 

Um dos momentos em que a oralidade é trabalhada de uma forma mais intensa e sistemática é na “roda de conversa”, que deve acontecer todos os dias e deve tratar de muitos assuntos. A “roda de conversa” é o momento ideal para que os alunos possam expor suas opiniões e ouvir a opinião dos outros. É interessante que se traga para a “roda de conversa”, além de assuntos do interesse dos alunos, a sistematização das atividades que serão trabalhadas em sala de aula naquele dia. Pode-se fazer uma agenda de forma coletiva com tudo que acontecerá na aula do dia. 

Mesmo que o aluno não saiba ler convencionalmente, ele pode sim interpretar um texto que foi lido pelo professor e emitir uma opinião sobre ele.

Para desenvolver a oralidade, podemos pedir que o aluno reconte o texto de seu jeito, ou que faça um resumo oral de uma notícia ou história, brinque com palavras, e a partir de determinadas palavras ditas pelo professor inventar uma história. Pode-se fazer uma roda e cada aluno inventa uma parte da história; fazer a hora da novidade na “roda de conversa”, quando um dos alunos levará algo (objeto, ou alguma notícia) para sala de aula e falará sobre ele; promover o trabalho em duplas, para que os alunos possam interagir entre si e desenvolver a capacidade de ouvir o colega e de argumentar sobre suas ideias a respeito da atividade proposta; fazer pausas no texto indagando os alunos sobre o que acontecerá.

O trabalho com nome próprio 

A escrita do nome é uma peça chave para o início da compreensão e uma oportunidade privilegiada de reflexão sobre o funcionamento da língua escrita. 

Tanto do ponto de vista linguístico, quanto do gráfico, o nome próprio da criança é um modelo estável, tem valor de verdade e dá muitas informações sobre a forma e o valor sonoro convencional das letras. Como o nome é de memorização rápida, permite à criança estabelecer relações entre letras e fonemas e dá a ela a primeira forma gráfica com estabilidade no processo de aquisição da língua escrita. 

Quando escreve o próprio nome, a criança se identifica com ele, o reconhece graficamente e usa-o como fonte de informação para escrever outros nomes ou palavras. O nome tem um grande sentido para ela, tem um significado especial. Além de marcá-la como pessoa, o nome tem a função social de identificar seus pertences, marcando sua presença e dando a ela a satisfação de pertencer a um grupo.

As atividades com nomes próprios precisam ir além da montagem de lista e do reconhecimento do próprio nome e de familiares, é preciso que haja desafios nas atividades para que ocorram situações de conflito quanto à aprendizagem.

Existem outras atividades que podem ser feitas utilizando os nomes próprios. São elas: caça-palavras com o nome dos alunos, cruzadinhas de nomes, bingo de nomes, montagem de listas com o alfabeto móvel, organização da lista em ordem alfabética, organização através da última letra, organização dos nomes de meninos e meninas, contagem de letras de cada nome, comparação entre quantidades de letras, análise dos que possuem letras repetidas (discutir que letras são essas), observação dos nomes que começam com a mesma letra, organização de listas pela quantidade de letras, começando com o que possui mais letras ou vice-versa. 

Lembrando que é importante nessas atividades utilizar os nomes dos próprios alunos da classe. É importante também confeccionar fichas e utilizá-las diariamente permitindo aos alunos identificar seu nome e dos seus colegas.

O trabalho com listas 

Listar significa relacionar nomes de pessoas ou coisas para a organização de uma ação. Por exemplo: lista de convidados para uma festa, lista dos produtos para comprar, lista dos compromissos do dia, lista das atividades que serão realizadas na sala de aula etc. Por ter uma estrutura simples, a lista é um texto privilegiado para o trabalho com alunos que não sabem ler e escrever convencionalmente, mas é necessário que o professor proponha a escrita de uma lista que tenha alguma função social na comunidade ou na sala de aula. A escrita de listas de palavras que começam com a mesma letra ou outras similares são inadequadas, pois descaracterizam a função social desse texto.

Podemos confeccionar diversos tipos de listas e deixá-las expostas em sala de aula, assim os alunos poderão fazer inferência das palavras listadas com novas palavras que pretendem escrever. Com a criação de listas podemos trabalhar: o ditado numerado, o professor dita uma das palavras da lista e pede que o aluno coloque um número qualquer ao lado da palavra ditada (as palavras devem ser ditadas de forma aleatória), colocar as palavras da lista em ordem alfabética, ou organizá-las de acordo com a quantidade de letras das palavras, criar uma lista e nela colocar alguma palavra que não pertença àquele campo semântico para que os alunos percebam o que está “errado” na lista. Misturar palavras pertencentes a dois campos semânticos diferentes e deixar que eles a separem, por exemplo, cores e animais.

Produção de Texto 

Sabemos que os alunos passam por um longo processo de construção da língua escrita e que aprendem a escrever de forma convencional só depois de se esgotarem todas as suas hipóteses iniciais. Portanto, o trabalho com a produção de texto deve ser uma prática constante do professor em sala de aula. É importante que os alunos compreendam quais caminhos precisam percorrer para produzir um bom texto. Mesmo nos anos iniciais, quando os alunos ainda não se apropriaram integralmente do código escrito, é importante que o professor produza textos em sala de aula. A produção de texto pode ser feita de forma coletiva, momento em que os alunos, juntamente com o professor, elencam as ideias que devem ser abordadas no texto e debatem sobre essa escrita. Nessa prática, o professor torna-se o escriba do texto, mas isso não significa que os alunos não estejam refletindo sobre o código naquele momento. O papel do professor é promover oportunidades de escrita desvinculadas da ansiedade e do medo de errar. O erro é simplesmente a utilização de uma hipótese de escrita ainda não convencional. 

Para desenvolvermos a produção textual podemos: listar dos textos produzidos pelos alunos o erro mais comum, tanto em relação à estrutura textual, como aqueles que se referem à ortografia e trabalhar com eles (troca de letras, omissões).

***

Nenhum comentário:

Postar um comentário